segunda-feira, 21 de março de 2011

Um imenso (pequeno) vazio

A notícia é perturbante: Governo não entrega Prémio Nacional de Professores (ler aqui, aqui ou aqui). E, segundo os relatos mais ou menos anódinos dos diferentes meios de comunicação social, o prémio não foi atribuído devido à ausência de candidaturas com os "requisitos considerados necessários".

Lê-se no Portal do Governo que: O objectivo desta iniciativa é reconhecer e galardoar os docentes que contribuam de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino, quer no exercício da actividade docente, em contacto directo com alunos, quer na defesa de boas práticas com impacto na valorização da escola. Uma vez que o dito prémio não foi atribuído para o ano de 2010 devemos ficar preocupados? O que pode esta não atribuição significar?

Depois de três anos consecutivos a distribuir cheques de 25 mil euros a professores que considerou do melhorzinho que por ai se pode encontrar terá o ministério da edicação recebido ordem para apertar os cordões à bolsa? Ou será que além dos três professores anteriormente galardoados não há mais nenhum no nosso sistema de ensino que mereça a distinção em causa?

Talvez os professores verdadeiramente merecedores do tal cheque tenham estado demasiado ocupados a tentar compreender os mecanismos de avaliação a que estão sujeitos, ou talvez tenham tido mais que fazer que preencher a papelada da candidatura, ou talvez estejam, simplesmente, arredados deste género de celebração, apesar dos cortes salariais aconselharem uma busca imaginativa de meios de remuneração alternativos.

No meio de tudo isto fica a sensação de um imenso (pequeno) vazio.


Clica nas hiperligações para acederes a entrevistas com os 3 professores distinguidos nas edições que mereceram vencedores: 2007, Arsélio Martins, 2008 Jacinta Moreira e 2009 Alexandre Costa.


RS

1 comentário:

Jornal da Anselmo disse...

Pode-se ver por dois lados. Ou só existem três profes dignos desse nome e o resto não passa de réplicas manhosas. Ou do possível júri de avaliação dos profs de mérito constavam pessoas que pensam isso mesmo (estaria lá o articulista perspicaz e informadíssimo, Miguel Sousa Tavares?). Ou, por outro lado, sempre são 25 000 euros, desatou-se a organizar candidaturas em barda, entupindo a capacidade dos que fazem a seleção. Ou ainda, destinou-se esse dinheiro para o subsídio de algum gestor de topo, daqueles que não podem sofrer a crise, sob pena (!) de abandono, de acordo com o "bloco central".

Aqui estão mais uns trocados poupados na educação...