Sendo a escola, em muitos casos, o único espaço onde os jovens têm a oportunidade de contactar com a poesia, decidi, há alguns anos, trabalhar poemas em sala de aula, uma vez que a poesia é um meio privilegiado para sensibilizar os alunos, para a aprendizagem da língua materna e estrangeira e para o despertar de valores estéticos.
Ouvir e ler poemas, memorizar os poemas preferidos e, quando possível, dramatizá-los, são algumas atividades às quais os alunos aderem com facilidade. Têm sido muitos os poemas escritos, lidos e dramatizados pelos meus alunos. Decidi partilhar convosco dois poemas em inglês cujas traduções feitas pelos alunos Cláudia Rosalino, David Brito e Gonçalo Pinho das turmas do 8ºA e 8ºD, respetivamente, me sensibilizaram, pela sua criatividade. Entendo que a sua publicação no JA” é a melhor forma do meu reconhecimento.
Quero agradecer, de igual forma, a todos os meus alunos a sua participação e empenho neste desafio:
O Desafio da Poesia.
Professora: Helena Oliveira
TREES
I think that I shall never see
A poem lovely as a tree
A tree whose hungry mouth is prest
Against the earth’s sweet flowing breast
A tree that looks at God all day long
And lifts her leafy arms to pray
A tree that may in summer wear
A nest of robins in her hair.
Upon whore bosom snow has lain;
Who intimately lives with rain.
Poems are made by fools like me,
But only God can make a tree.
JOYCE KILMER (1886-1918)
(American poet, lecturer and editor)
ÁRVORES
Eu penso que nunca chegarei a ver
Um poema tão belo como uma árvore o pode ser
Uma árvore cuja boca sedenta tem na raiz o pé
Que nasce do seio doce da terra fluindo em fé
Uma árvore que olha para Deus enquanto o dia durar
E levanta os seus braços folhosos para orar
Uma árvore que pode no verão usar
Um ninho de tordos nos seus cabelos a enfeitar
Em cujo regaço a neve tem adormecido
E que intimamente com a chuva tem crescido
Poemas são feitos por tolos como eu
Mas a árvore foi Deus que a descreveu
Tradução: Cláudia Rosalino 8ºA
Árvores
Eu penso que nunca irei ver
Um poema tão belo como uma árvore pode ser.
Uma árvore cuja boca esfomeada vai aconchegar
Contra o peito fluido e doce da Terra, a apertar;
Uma árvore que contempla Deus durante o dia,
E elevando os seus braços de folhas, rezaria;
Uma árvore que no Verão pode usar
Um ninho de tordos que do seu cabelo fará lar;
Em cuja neve tem permanecido no seu peito;
Que intimamente vive com a chuva desse jeito.
Tolos como eu, poemas tentam inventar,
Mas apenas Deus, uma árvore consegue criar.
Traduzido por David Brito 8ºA
I AM OF THE EARTH
I am of the earth
She is my mother
She bore me with pride
She reared me with love
She cradled me each evening
She pushed the wind to make it sing
She built me a house of harmonious colors
She fed me the fruits of her fields
She rewarded me with memories of her smiles
She punished me with the passing of time
And at last when I long to leave
She will embrace me for eternity.
Written by ANNA LEE WALTERS (American novelist. Born 1946)
EU PERTENÇO À TERRA
Eu pertenço à Terra
Ela é a minha mãe
Criou-me com orgulho
Educou-me com amor
Embalou-me todas as noites
Atraía o vento fazendo-o cantar
Construiu-me uma casa de cores harmoniosas
Alimentou-me com a fruta dos seus campos
Premiou-me com a memória dos seus sorrisos
Castigou-me com o passar do tempo
E finalmente, quando eu partir para sempre
Ela envolver-me-à no seu abraço para a eternidade.
Ela é a minha mãe
Criou-me com orgulho
Educou-me com amor
Embalou-me todas as noites
Atraía o vento fazendo-o cantar
Construiu-me uma casa de cores harmoniosas
Alimentou-me com a fruta dos seus campos
Premiou-me com a memória dos seus sorrisos
Castigou-me com o passar do tempo
E finalmente, quando eu partir para sempre
Ela envolver-me-à no seu abraço para a eternidade.
Traduzido por GONÇALO PINHO (8ºD)
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