‘’O primeiro motivo por que se está disposto a ajudar o outro nas devidas ocasiões é a alta apreciação que se tem por si próprio’’
Giacomo Leopardi in CXl Pensamentos; Poeta – Filósofo (1798 – 1837)
Egoísmo Relativo
Ao ajudarmos alguém é inevitável que não nos sintamos bem conosco. Afinal fizemos algo de bom e acima de tudo útil. Todavia não penso que o nosso egoísmo se sobreponha à necessidade de querermos bem a alguém. O facto de nos sentirmos felizes por o outro estar bem pode muitas vezes, ser confundido com o sentirmo-nos felizes e bem de uma forma egocêntrica.
Para contrariar Giacomo Leopardi, proponho um olhar mais atento sobre esta causa da solidariedade. Até que ponto chegaria o homem, para sustentar a ‘’alta apreciação que tem por si próprio’’? Veja-se, por exemplo, os casos de todas as pessoas que chegaram, inclusive, a dar a própria vida em prol do bem de outrem. Não me parece possível que alguém chegue a este ponto, a não ser que seja para sustentar um sentimento totalmente genuíno. Num contexto totalmente diferente, veja-se o caso do poeta português. Fernando Pessoa afirmava que o seu egoísmo era a superfície da sua dedicação. O seu espírito vivia constantemente no estudo e no cuidado da verdade deixando descuidar as pequenas manifestações solidárias. No entanto e deste modo, Fernando Pessoa dedicou toda a sua vida para nos deixar uma obra para a posterioridade. E hoje, com o sacrifício e o ‘’egoísmo’’ da sua parte, temos o que é dos maiores legados internacionais. Com isto pretendo mostrar que o egoísmo faz parte do ser humano mas é relativo. E provavelmente se este não existisse hoje, não possuiríamos muito do que temos. Na outra mão, existem os que ajudam pela sua essência solidária.
Em suma, o que realmente interessa são os efeitos que os nossos actos reflectem, se nos sentirmos bem por isso, melhor!
Catarina Monteiro 12ºD
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