quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sobre uma certa navegação




apresentação do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente



Seguem-se alguns excertos do Diário de Bordo da disciplina de Teatro da aluna Mariana Teles do 9ºC



1º Período
Foi o período que mais me marcou, foram muitas das vezes em que me encontrava na rua a admirar gestos, expressões e até o andar das personagens que durante um tempo tivemos de criar. Lembro-me que neste tempo vinham idosos (aquelas personagens que teriam de estar visíveis em nós), sentarem-se ao meu lado na rua. Comecei-lhes a dar a devida atenção, afinal poderiam viver no buraco da solidão a necessitar apenas de palavras que enchessem o sorriso.
Já olhava para os meus avós de maneira diferente, embora tivesse sempre respeito por eles. E assim criei a minha personagem, no meio de muito trabalho por parte de todos.. Acho que no geral este tema tocou-nos imenso e descobrimos um lado mais sensível de nós.
Este trabalho levou-me para outra expectativa de vida, não foi um simples começo de período, foi a maneira como descobri um tema que estava invisivel aos meus olhos.

2º Período
Para ser sincera nunca liguei muito a histórias de amor, os livros que lia poucos eram os de romance e mal fazia ideia de como criar uma Julieta apaixonada. Talvez nunca tenha encontrado o amor verdadeiro daí tornar-se difícil mas não impossível. A minha professora sempre me ajudou a encontrar o caminho certo para seguir e tive de aprender por detrás de gestos de amor, a expressar-me através do olhar. O olhar é sempre o foco da verdade, e em teatro temos de tornar real o que expressamos. Sempre me emocionei com palavras escritas em papel por detrás de um grande autor, por isso é que as lágrimas caiem sempre que leio estas folhas e recordo os tempos que vivemos. Teatro era-me um refúgio de bem estar, de aprendizagem, de relaxar no meio de tantos trabalhos que temos sempre de fazer. Esta emoção vem sem dúvida da aprendizagem desta peça, comecei a valorizar muito mais o amor e a sorrir com palavras de William Shakespeare.
Devido a ser o período mais longo tivemos de gerir o tempo de maneira a puder desenvolver outro texto: O Menestrel, também este do mesmo autor. O nosso nível de maturidade cresceu, aprendi a respeitar todas as diferentes manerias de pensar e a harmonizá-las com o coração. Tinhamos de ser tão reais quanto as palavras que nos guiavam nos ensaios, tínhamos de chegar ao público como em tantas outras peças.

3º Período
Foi o período mais curto, aliás já terminou e já sinto saudades de acordar pela fresca para ensaiar uma das peças que desejavámos tanto realizar. Foi, porém, a mais dificil e que uniu a turma toda pela primeira vez, sendo assim possivel partilhar talentos, opinioes e palavras que marcaram sempre a nossa tenra idade. Houve como em tudo na vida, momentos complicados, momentos para rir, momentos que fecharam estes trés anos de recordações jamais esquecidas.

Queria agradecer por toda a formação, por todo o amor que nos deu, por nos apoiar em cada aula, pelos sorrisos, e sobretudo obrigada por acreditar...

3 comentários:

Fatima disse...

A Mariana no seu diário de bordo descreve muito bem todo o trabalho realizado nas aulas de teatro do 9ºano.
Apesar das minhas turmas apresentarem sempre os resultados do trabalho realizado
nas aulas á comunidade escolar, nem toda a comunidade escolar tem possibilidades de assistir.
Confesso que me emocionei ao ler,
Este e outros diários que me foram entregues deixaram-me emocionada, mas muito feliz, obrigada alunos.
Prof.Fátima Pinto

Prof. Paula Magalhães disse...

Eu adorei esta peça! Parabéns à Professora (Fátima :-) que os treinou e parabéns aos meninos desta turma que representaram de forma sublime uma peça nada fácil e cheia de diálogos complicadíssimos!! E posso dizer que a turma que levei (6ºG) também gostou e ficou atenta do princípio até ao fim!! Profª Paula Magalhães.

emiltina disse...

Não pude ver as actuações desta turma. Contudo, vi uma do 7ºD e gostei muito!
Parabéns!