terça-feira, 27 de abril de 2010

Graffiti em conversa ainda mais animada


O Ateliê de Artes realizou a primeira parte do colóquio sobre graffiti, em 16 de Abril.


Conversou-se pela noite dentro sobre a intervenção no espaço público através do tempo, tanto pelos poderes instituídos, como pelos contrapoderes.

Através dos exemplos de artistas, como Basquiat, Haring e Banksy cujo percurso passou/passa pela arte de rua, considerou-se a possibilidade das intervenções no equipamento urbano poderem ter um propósito artístico eminente, que poderá constituir mais um modo de fazer arte. Com a mesma legitimidade e importância como a que está institucionalizada pelos museus e galerias, que, aliás, já iniciaram a integração do graffiti.

Claro que se falou, acaloradamente, do aspecto evidente de poluição visual e da descaracterização dos espaços da cidade, devido à profusão de inscrições nas paredes. Neste aspecto, comentou-se a sua semelhança com a publicidade, nos painéis alugados ou fora deles, pela intervenção frequentemente selvagem de mensagens com pouca preocupação pela qualidade do espaço comum e da sua fruição. Actividades devedoras duma arquitectura e dum urbanismo por vezes pouco planeados e deficientemente construídos, com ausência de responsabilidades sociais.


Vamos agora realizar a 2ª sessão, na próxima 6ª feira, dia 30 de Abril, às 21,30, no Fórum Romeu Correia, sala Pablo Neruda.



Damos agora a palavra a alguns graffiters de Almada, que vão apresentar o seu trabalho, explicitando os seus objectivos, projectos e práticas.

Poderemos assim discutir sobre uma atitude que incomoda muitos habitantes das cidades, mas que tem possibilidades de contribuir para a organização do espaço urbano. Que é clandestina, mas que surpreende muitas vezes pela qualidade das intervenções. Podemos também aferir da pertinência e da frescura de uma actividade que, com os contornos actuais, já tem mais de 30 anos.


Será uma moda geracional, ou uma actividade emergente e intencional? Será uma prática abusiva, lúdica e gratuita, ou uma intervenção pública com propósitos ora artísticos ora de crítica social? Ou poderá ser um pouco de tudo isso? E nesse caso quais os seus limites e contornos?


a Redacção

imagens cedidas por José Julião

(organização Ateliê de Artes e F4,
apoio da CM de Almada)


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