sexta-feira, 2 de maio de 2008
Sintra-Roteiro Queirosiano (por C. Teles e A. Mendes, 11ºF)
Sintra – Roteiro Queirosiano
“Era uma manhã muito fresca, toda azul e branca, sem uma nuvem, com um lindo sol (…). E por toda a parte o luminoso ar de Abril punha a doçura do seu veludo.” (Os Maias – Eça de Queirós)
Foi também em Abril (dia 1), tal como Carlos da Maia e seu amigo Cruges, que as turmas E, F e H do 11º ano saíram de Almada rumo a Sintra com o objectivo de contactar com os espaços referenciais do romance Os Maias, e ainda aproveitar para conhecer o património cultural/ histórico da vila.
O roteiro iniciou-se no Palácio das Valenças, actualmente usado para fins culturais e camarários, onde o nosso guia, Dr. José Gonçalves (responsável pelos roteiros históricos), se referiu a Sintra como uma vila tipicamente romântica, um “ninho de amor”, temperada por elementos naturais de grande beleza, como Eça descreve “o ar subtil das ramagens verdes, a sonoridade do vago murmúrio das águas correntes.”.
Tal como Carlos, passámos pelo Palácio da Vila, “com as suas belas janelas manuelinas que lhe fazem um nobre semblante real, o vale aos pés, frondoso e fresco, e no alto duas chaminés colossais.”, em direcção ao Hotel Nunes onde ficaria alojado (actualmente uma aberração arquitectónica dada pelo nome de Hotel Tivoli). E o passeio continuou com a passagem pelo centro histórico e pelo Hotel Lawrence, onde supostamente Carlos encontraria Maria Eduarda (seu único objectivo nesta visita!). Curiosamente este hotel, datado de 1764, é o mais antigo da Península Ibérica e o segundo da Europa.
Pela estrada de Colares, a caminho de Seteais, acrescem as sensações visuais, é como entrar num mundo de fantasia através da paisagem que nos envolve. Afinal Cruges tinha mesmo razão “Sintra não são pedras velhas, nem coisas góticas… Sintra é isto, um pouco de água, um bocado de musgo… Isto é um paraíso!”.
Passámos, em seguida, pela Quinta da Regaleira que alia as características arquitectónicas exuberantes pela mistura de estilos (manuelino, gótico, romântico) aos ambientes naturais luxuriantes. Por fim, o Palácio de Seteais, destino final deste passeio simbólico. Apesar de não podermos entrar por se encontrar em obras, o nosso guia citou de cor a passagem d’ Os Maias que descreve o “quadro” que se vislumbra do átrio do monumento: “No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso (…), no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo (…) subia no pleno resplendor do dia (…) o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto.”
Se Portugal possui tanta riqueza histórica e paisagística porque não aliá-la à grandiosa riqueza literária? Agora que já nos surpreendemos com o património e a natureza, por que não deixarmo-nos envolver cada vez mais pela literatura?
Catarina Teles e Ana Mendes, 11º F
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