domingo, 2 de março de 2008

Crise de identidade

Este jornal é o "Jornal da Anselmo". Ainda bem. Se a designação fosse, por exemplo, "Jornal da Escola Secundária Anselmo de Andrade" estaríamos agora com um problema de identidade uma vez que, nos tempos que correm, poucos são os que conseguem dizer sem hesitações o nome da nossa Escola.

Ainda estaremos todos recordados do rocambolesco processo que nos trouxe à actual encruzilhada onde nos encontramos. Hoje somos Sede de Agrupamento Vertical de Escolas, temos turmas do 5º ano de escolaridade e andamos à procura de uma identidade perdida.

Esta "prenda" que nos foi oferecida contra a vontade da esmagadora maioria dos que compõem a nossa Comunidade Educativa, veio lançar a Anselmo num processo confuso e desestabilizador das habituais práticas pedagógicas que nos haviam conduzido a um patamar de qualidade que servia para ajeitar o ego a muitos de nós e nos ia fornecendo o alento necessário para continuarmos a trabalhar de acordo com os nossos padrões.

Para os mais distraídos ou menos motivados, o JA'' propõe a consulta dos resultados da inspecção realizada na Anselmo pela IGE- Inspecção Geral de Educação (ver em http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.ige.min-edu.pt/_PT/) faz agora um ano. As conclusões do Relatório dessa inspecção (que, recorde-se, foi solicitada pela nossa escola) são um bálsamo para o desânimo que por aí anda.

Fraca consolação, dirão os colegas, perfeitamente de acordo. Mesmo assim importa atentar no capítulo das Considerações Finais onde se referem os "Constrangimentos a ser resolvidos" ,passo a citar: "a introdução de outros ciclos da educação básica, para os quais a Escola não tem demonstrado especial vocação, com a consequente alteração da tipologia de Escola, pode constituir um risco de perda de identidade".

Isto mostra como o trabalho dos inspectores foi recebido e tido em consideração pelos que decidiram que, agora, a nossa Escola é a Escola não-sei-quantos-e-não-sei-que-mais Anselmo de Andrade.

Enfim, tal comoPortugal vive sempre à espera da tal manhã de nevoeiro, saudoso de uma época passada em que alimentou insaciáveis sonhos de grandeza, também nós poderemos evocar saudosamente os tempos em que fomos a melhor Escola Secundária da Cidade e uma das melhores do Distrito de Setúbal. Sempre temos este Relatório da IGE como prova daqueles tempos áureos para mostrar a quem quiser ver que o prémio pela dedicação ao trabalho nem sempre é aquele que se imagina o mais ajustado.

RS

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